segunda-feira, 30 de abril de 2012

Reza

Chorava com o corpo, rezava com a alma... Crendo em algo maior que sua desgraça, ele rezava. Pedindo para não furtar ou matar aqueles, que como ele, sofriam as consequências de um mundo capitalista. Inocentes desvirginados pelos cafetões. O mendigo rezava, enquanto eu lia livros. Impotência, senti impotência diante de algo tão maior que eu... Limitei-me a chorar sua lágrimas mais tarde, deitada em minha cama, e a lhe dedicar umas poucas linhas escritas... E ele, ele rezava.

terça-feira, 20 de março de 2012

22:04 - Terça Bipolar

Risquei a folha, te pedi um sorriso. Ri da hipocrisia humana.
Eu, você, ele, ela, nós todos... Nós todos somos hipócritas, medrosos e inseguros.
Apego-me facilmente, tenho medo de perder, medo do desconhecido. Sonho, mas não passa de sonho, Ou ele vira real? Mas o que é real mesmo?
O meio interfere, o ser humano cria o meio. Lobos de nós mesmos? Culpamos quem?
Como os primeiros homens aceitaram ser dominados por alguém, se tudo era de todos, se vivíamos em comunidades, felizes e bem amados? Se não houvesse essa hierarquia de poder, como o mundo seria?
Esses duplos do ser humano me deixam dupla! Tenho nojo, quero saber mais a fundo, quero entender e minha mente cria estereótipos impostos pelo mundo atual.
Atual? O Presidente não é o mesmo Chefe da tribo? Que virou Monarca, Burguês, ditador e democrático?
Exército enfraquecido... Medo de um novo Golpe? Então não estamos tão bem estruturados assim... O mundo não está!
A História é uma farsante que se repete alterando seu nome.





A propósito, o caos sem nexo repetido me fascina!

terça-feira, 6 de março de 2012

Me falta um nome pra isso ...

É confusão! Decidimos jogar com o amor e a amizade, e como sempre, eu perdi. Você... você eu não sei. Talvez... Sinto que pode ter perdido, mas é só um pressentimento. Nada certo.
Fazes-me bem, muito bem. Acalma-me. Quando estamos perto nunca houve um “antes” nem um “depois”. É o agora!
Riamos lembrando que deixamos o tesão e o desejo nos controlar. Quem sente mais calor?
Fiquei rubra quando abri o portão e me deparei com seus pais. Eles sabiam que não éramos “só” amigos.
Caminhamos lado a lado, de mãos dadas.
Mordo seu pescoço e você morde o meu, vamos ver quem cede primeiro...
Era irritante, e bom, quando tínhamos de explicar pra todos que ficamos sentados por mais de 2 horas, sem encostar um no outro, sem beijar. Ninguém acreditava.
Temos uma atração, e concordamos nesse ponto, diferente. Olhamo-nos e pronto! Acabaram-se todos os esforços de manter uma conversa normal, sem beijos ou mordidas.
Não conseguimos parar...
Minha tatuagem vai ser sua. Não precisa ter ciúmes!
Vou te comprar Gelol, assim não se preocupa com o lábio inchado. Um pó ou uma base também ajuda, pra esconder as marcas do meu pescoço.
A gente pode se ver sempre que você quiser... eu vou te querer todos os dias comigo. Não é um querer de amor apaixonado, é um querer de amigo-amor, um querer ficar bem

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um café, por favor.

Casais sentados no banco se beijam, trocam juras de amor eterno.
Crianças de 10 anos querem ser mulheres, vestir roupa da moda, ter o cabelo perfeito e a maquiagem mais ousada.
Capitalismo.
“We buy things that we don’t need, with the Money we don’t have, to impress people we don’t like.”
O vendedor de algodão doce fala baixo, baixo... Não entendo o que diz, mas me parece simpático.
Escolheu as máscaras pra mim, como o acaso escolhe as coisas na nossa vida. Abrimos uma brecha e lá vem ele, todo senhor de si, bagunçando o caminho. Mas o vendedor era simples, sem confusões. Conversava com quem passava por ali.
Tinha olhos melancólicos, de uma poesia sofrida... Olhos de quem espera a morte para poder descansar.
O Sol projeta sombras no papel.
Sentadas, as pessoas esperam. Acomodam-se, se acostumam com o Sol, com o que incomoda. Enchem a boca pra falar do calor, da queimação, mas não se mexem.
São sombras de algo maior, pessoas sem vida ...
A criança ainda guarda seu instinto natural, de animal. Andando de quatro e rindo da sujeira em suas mãos.
A mãe fica brava e pede que ela se comporte
Como se o ser humano se portasse bem! Como se fosse melhor que um animal!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Beija flor

Beija flor no chão
Poesia que morre
Beija flor voando ao redor
Beijando bicos frios
O amor queima
A poesia ressurge

Ressurge nas dores
Nos dissabores
Nos sonhos
Nos amores tresloucados
E na indignação
Com o mundo

Falta poesia ou
Falta prosa?
Sentimento
Ou razão?
Quem sabe
Os dois ...

Fotos na parede

Smile Nation - Sorrisos falsos sorriem aos montes.
A criança corre nua, livre. Sem moral, religião ou normas de conduta.
Intelectuais de merda!
O ralo da pia tem cheiro de manga.
Cores invisíveis pintam minhas pupilas, fechadas.
Coletânea.Palavras.
Dadaísmo.
Explosão depontas.
Um rococó antiquado e moderno.
Muros complexos.

Retrovisor

Olhos no retrovisor me encaram e me devoram.
Não consigo fita-los, não sustento esse olhar que me domina e faz as borboletas do meu estômago pegarem fogo.
Decido encará-los, e me arrependo.
Meu olhar está vazio. Voltado pra dentro, pra minha dor.
Não envio a mensagem de reciprocidade. A dor e o amor gritante morrem, aqui dentro, nas barreiras da minha pele...
Deito-me querendo companhia.
Deito-me querendo amor... E você.